Convidado pelo Centro de Formação Camilo Castelo Branco, Rubem Alves visitou essa escola, que lhe surpreendeu em diversos aspectos. A Escola da Ponte é uma instituição muito diferente daquelas que se costuma ver. Ela não divide os alunos em séries. Lá, eles se dividem conforme o conteúdo que querem aprender. Por exemplo, o João (7 anos) e a Raquel (9 anos) querem saber mais sobre caravelas; então, eles procuram um professor para auxiliá-los na pesquisa sobre o assunto. Nessa escola, os alunos também criam as regras de disciplina e quem as desobedecer será julgado na assembleia, constituída por eles mesmos.
"A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir" não é o único livro de Rubem Alvesque aborda o tema a educação. Em "Ostra feliz não faz pérola", ele critixa as escolas e o sistema de avaliação brasileiro, em especial o vestibular. O escritor afirma que até um sorteio seria mais viável. Nesse livro ele também critica o modo da maioria dos professores ensinar, que consiste em depositar uma enorme quantidade de conteúdo nos educandos. Diferentemente da Escola da Ponte, onde são os alunos que constroem o conhecimento através de suas próprias experiências.
Enfim, pode-se dizer que essa escola utópica é destinada aos países desenvolvidos, onde as pessoas desde cedo são motivadas à aprendizagem, como forma de enriquecimento pessoal, e os políticos investem nessa área. Já o Brasil, que abriga grande parte indivíduos despreocupados e governantes desinteressados em relação à educação, esse tipo de escola não funcionaria.
Natália Mioranzza Schio
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