Resenha do livro: Ostra feliz não faz pérola

A obra "Ostra feliz não faz pérola", de Rubem Alves; editora Planeta; 3ª reimpressão; 276 páginas; no valor de R$29,90, está dividida em 11 capítulos, que abordam os seguintes temas: Caleidoscópio, Amor, Beleza, Crianças, Educação, Natureza, Política, Saúde Mental, Religião, Velhice e Morte. Rubem Alves escreveu esse livro sem princípio, meio e fim. Ele o descreve da seguinte forma: "Vejo e fotografo o que vejo com palavras. Assim é esse livro... Um álbum de fotografias em que cada fotografia vale por si mesma, sem precisar estar ligada à outra fotografia colada ao seu lado. Tem uma vantagem: qualquer página é um começo e um fim". O autor se utiliza de pequenos textos, histórias e pensamentos de grandes filósofos na abordagem de cada assunto.
Entre os inúmeros temas apresentados, enfatizarei sobra a educação, um assunto polêmico nos dias atuais. O escritor critica o vestibular, considerando-o um sistema estúpido, que avalia o que os alunos sabem depois de tantas decorebas e não o que as suas experiências lhe ensinaram. Ele também fala sobre a decadência da educação no Brasil e acredita que deveria haver um teste de aptidão para professores. "Como ensinar" é um subtítulo, dentro desse capítulo, que me chamou bastante atenção. Rubem diz que se fosse ensinar uma criança, começaria pela experiência de beleza. Ele dá o exemplo de uma aula sobre jardinagem. Ao invés de começar com as lições de pás, enxadas e tesouras de podar, iniciaria com um passeio por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas simetrias e perfumes. E então, seduzida pela beleza dos jardins, a criança pediria-lhe para ensinar sobre pás, enxadas e tesouras. Esse método é bem interessante, pois mostra que devemos instigar e aguçar os alunos, para que queiram aprender.
Não é só Rubem Alves que se preocupa com uma educação melhor. Augusto Cury também aborda essa temática em seus livros: "Pais Brilhantes Professores Fascinantes", "Filhos Brilhantes Alunos Fascinantes", "Inteligência Multifocal". Porém, eles apresentam isso de maneiras diferentes. Enquanto Rubem acredita que o professor deve criar situações que favoreçam a aprendizagem, Cury pensa que o professor deve dar prioridade à inteligência emocional. Apesar dos enfoques serem diferentes, ambos compartilham o mesmo desejo: uma educação renovada.
Ao ler essa obra, constatei que as minhas opiniões se assemelham com as de Rubem Alves, pois educar é muito mais que ensinar, é também trocar experiências, despertar no aluno o gosto em aprender e desenvolver um vínculo entre o aluno e o professor para o resto de suas vidas. Assim também em "Alegria de ensinar" - Coleção: Em foco, Editora Papirus, 5ª Edição - ele deixa claro que ensinar é um exercício de imortalidade e que de alguma forma continuamos a viver na memória daqueles que foram encantados pela magia das nossas palavras.

Autora: Natália M. S.